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101 anos da Semana de Arte Moderna: entenda a importância desse movimento para a cultura brasileira

101 anos da Semana de Arte Moderna: entenda a importância desse movimento para a cultura brasileira

Nesta segunda-feira, 13 de fevereiro, é comemorado os 101 anos da Semana de Arte Moderna Brasileira, um dos principais eventos artísticos que já ocorreu no Brasil e que revolucionou a arte, como um todo, no país.

Você, com certeza, já estudou esse movimento nas aulas de Artes, ou se ainda não, estudará em breve.

Mas mesmo aqueles que já estudaram a Semana, vocês se lembram da real importância desse evento para a cultura brasileira?

No texto de hoje, falaremos mais sobre isso. Fica com a gente 😉

O que foi a Semana de Arte Moderna?

A Semana de Arte Moderna de 1922, ou Semana de 22, como ficou conhecida, foi um dos maiores eventos de manifestação cultural, histórica e artística do Brasil. Ela  foi inspirada nas ideias do Modernismo Europeu, um movimento artístico que buscava romper com o tradicionalismo e o conservadorismo da arte, produzida até então para a burguesia e impondo costumes estrangeiros, por meio da implantação da liberdade de expressão estética, da experimentação constante e, principalmente, pela independência cultural do país, valorizando a identidade nacional.

Nomes como Heitor Villa-Lobos, Graça Aranha, Di Cavalcanti. Oswald e Mário de Andrade e Victor Brecheret – todos considerados geniais e inovadores em seus campos de atuação – surgiram como expoentes da produção intelectual brasileira a partir da Semana de 22, que revolucionou a cultura brasileira.

Por que a Semana de 22 foi tão importante?

A Semana de 22 aconteceu com o intuito de desprender as ideias artísticas brasileiras da arte europeia, criando um estilo artístico único no país.

O evento foi responsável por inserir ideias modernistas no Brasil. Desse modo, foi de extrema importância para a formação cultural do país com as apresentações inovadoras e fora dos padrões, que romperam com a arte acadêmica e elitista e mudaram o conceito de arte conhecido por aqui, tornando a arte mais “acessível” a todos os públicos. Os artistas da época marcaram tanto que sua influência pode ser sentida até hoje.

A Semana de 22 sempre foi um sucesso?

Apesar de ter sido considerada um marco para a cultura brasileira, a Semana de 22 nem sempre fez sucesso assim. Pelo contrário, no início, o evento foi alvo de críticas. 

Afinal, na época, a arte no Brasil era destinada somente à burguesia, e tinha um estilo bem mais conservador e elitista. Enquanto a Semana teve como objetivo justamente o contrário, tornar a arte popular no Brasil, sendo acessível para as demais classes sociais, e se desprender do estilo conservador seguido pelos países europeus.

O intuito desses artistas realmente era chocar o público e trazer à tona outras maneiras de sentir, ver e fruir a arte. “Era a vontade de romper com padrões estabelecidos. A irreverência e o espírito de reverter o processo de mesmice, criando uma arte inovadora e polêmica”, afirmou a professora de literatura e autora de livros com críticas literárias Zuleide Duarte sobre a Semana.

Por esse motivo, a Semana de 22 dividiu a sociedade. Enquanto alguns celebravam a nova estética, parte da crítica e do público rejeitavam a filosofia trazida pelo movimento. Poemas, músicas, esculturas e apresentações foram vaiadas, enquanto jornais relatavam com estranheza o marco cultural.

Uma das críticas recorrentes à Semana de Arte Moderna é que o Modernismo, na verdade, já estava em curso anos antes do evento. O surgimento de ideais modernistas puramente brasileiros e livres de influências externas também abriu espaço para o nascimento do nacionalismo, do verde-amarelismo e do integralismo brasileiro – ideologias que mais tarde contrapunham a ideia inicial do movimento.

O que a Semana de Arte Moderna trouxe para a nossa sociedade?

Apesar de todas as críticas recebidas, os efeitos positivos trazidos pela Semana de 22 para a nossa sociedade são inegáveis.

Logo após a sua realização, manifestos, revistas e movimentos se desenvolveram no país. Alguns grupos de artistas, com o objetivo de disseminar as ideias do modernismo, deram vida a essas mobilizações. Entre elas, destacam-se a Revista Klaxon (1922), a Revista Estética (1924), o Movimento Pau Brasil (1924), o Manifesto Regionalista (1926), a Revista de Antropofagia (1928) e o Movimento Antropofágico (1928).

Outras tendências culturais também beberam da fonte da Semana de Arte Moderna, como o movimento musical do Tropicalismo e a Bossa Nova, a cena de teatro da Lira Paulistana e o cinema de Glauber Rocha.

A poesia, até então majoritariamente escrita, passou também a ser declamada. Na literatura, surgem grandes obras, como Macunaíma, de Mário de Andrade, e Ritmo Dissoluto, de Manuel Bandeira.

À luz desses fatos, é inegável a enorme importância dessa Semana para a cultura do país até os dias de hoje. Mesmo após 101 anos deste evento, refletir sobre sua importância nos leva a refletir sobre o avanço da arte no Brasil ao longo dos anos e, por isso, nunca devemos deixar de contemplar esse movimento.

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