No dia 19 de abril comemora-se o Dia dos Povos Indígenas, data sancionada em 1943, com o objetivo de se criar uma reflexão sobre a luta contra o preconceito e pela manutenção dos direitos desse grupo no Brasil.
À princípio, a data foi criada no calendário como “Dia do Índio”, mas, em 2022, foi alterada para “Dia dos Povos Indígenas”, já que o termo “Índio” foi considerado genérico, incapaz de considerar as especificidades que existem entre os povos indígenas, como as diferenças linguísticas, culturais, etc. Por esse motivo, no ano passado, a Lei 14.402 alterou a data para “Dia dos Povos Indígenas”, como forma de incluir todos os grupos que representam essa cultura.
Embora ainda seja entendida como uma data comemorativa, grupos que defendem os direitos indígenas entendem que o 19 de abril é mais um momento de reflexão acerca das condições dos indígenas no Brasil do que, necessariamente, um momento de celebração.
De acordo com o último Censo realizado no Brasil, em 2010, existem cerca de quase 900 mil indígenas no Brasil, sendo que, desse total, quase 600 mil vivem na zona rural. A diversidade cultural da população indígena brasileira é enorme, e a preservação dessa cultura e dos modos de vida dessas populações é algo que deve ser prezado, por isso a importância de datas reflexivas como essa.
A LUTA CONTRA O PRECONCEITO AOS INDÍGENAS
Você, com certeza, já aprendeu sobre a cultura indígena na escola. Mas, você sabe a real importância de estudarmos esse tema?
Pra quem não sabe, os indígenas são grupos que desde, os primórdios da nossa história, sofreram exploração e sofrem até hoje. Desde a colonização portuguesa no Brasil, sobretudo entre os anos de 1540 até 1570, este grupo chegou a ser escravizado, sendo visto como uma alternativa à mão de obra africana durante todo o período do Brasil Colônia.
Sem contar toda a exploração que esse povo viveu naquela época, afinal de contas, os indígenas já viviam aqui no Brasil antes mesmo dos portugueses chegarem às nossas terras. Quando estes chegaram, exterminaram o grupo, expulsando-os de suas próprias terras, além de utilizá-los como mão de obra depois.
EXPLORAÇÃO ATUAL
Engana-se quem pensa que a exploração dos indígenas está presente apenas no passado da nossa história. Atualmente, ainda há grupos vítimas de exploração. O caso mais recente e repercutido na mídia foi a crise Yanomami, que causou até o dia 25 de janeiro de 2023, 570 mortes de crianças de até cinco anos que ocorreram entre 2019 e 2022, na Terra Indígena Yanomami, localizada em regiões da Amazônia e Roraima.
O principal motivo apontado para justificar as mortes foi a invasão garimpeira, estimulada pelo último governo federal, que foi responsável por uma série de impactos sanitários, ambientais, socioculturais e econômicos sobre as comunidades.
Isso mostra que até hoje, infelizmente, os Povos Indígenas ainda sofrem com o preconceito, discriminação e são vítimas de crimes contra a humanidade, o que comprova que a luta por esses grupos ainda deve ser intensificada no nosso país e datas como o 19 de abril precisam continuar no calendário para que continuemos refletindo sobre esse assunto e ampliando, cada vez mais, o respeito a esses povos.
IMPORTÂNCIA DA DATA
Por esses e outros motivos, o dia 19 de abril tem uma enorme importância no nosso calendário, servindo como um momento de celebração da diversidade cultural do Brasil e de seus povos originários, além de ser um momento de reflexão para que melhorias aconteçam nos direitos desses povos e para que o preconceito contra eles seja combatido.
Por isso, a importância da data resume-se em:
- Celebrar os povos indígenas de formas não estereotipadas;
- Combater preconceitos;
- Conhecer mais sobre os diferentes povos e culturas indígenas;
- Lutar pelos direitos indígenas;
- Denunciar o genocídio indígena que aconteceu ao longo da história brasileira;
- Pressionar o governo para acelerar o processo de demarcação de terras indígenas;
- Denunciar crimes e abusos cometidos contra os povos indígenas, em especial por mineradores e madeireiros;
- Lutar por mais políticas públicas em defesa dos povos indígenas.