Hoje, dia 3 de maio, é comemorado o Dia do Pau-Brasil. Você conhece a importância histórica desse símbolo da cultura brasileira? No texto de hoje, nós te explicamos!
CONTEXTO HISTÓRICO
Antes de entendermos o que é o Pau-Brasil e sua importância histórica para o nosso país, vamos compreender o contexto em que vivíamos naquela época.
A exploração do Pau-Brasil foi iniciada poucos anos depois da chegada dos portugueses na América. Eles chegaram no Brasil, no dia 22 de abril de 1500, quando a expedição de 13 navios liderada por Pedro Álvares Cabral avistou o Monte Pascoal, na região onde atualmente se encontra Porto Seguro (Bahia). Isso marcou o início da presença portuguesa na América.
Essas primeiras décadas dos portugueses no Brasil ficaram conhecidas como Período Pré-Colonial, e a presença tímida dos portugueses aliada à falta de conhecimento do território fez com que a principal atividade do país, nesse período, fosse a exploração do pau-brasil.
MAS POR QUE O PAU-BRASIL É TÃO VALIOSO ASSIM?
O Pau-Brasil (Paubrasilia echinata) é uma árvore nativa do Brasil, típica da Mata Atlântica e era chamada pelos tupis de Ibirapitanga. Ela pode alcançar até 15 metros de altura e é conhecida por ter galhos com espinhos.
No século XVI, o Pau-Brasil ganhou importância, porque sua madeira era usada na construção de objetos. Mas, sua real importância, derivava da resina vermelha encontrada na madeira e que era utilizada na produção de um corante que tingia tecidos.
Quando os portugueses chegaram aqui, em 1500, logo identificaram que a árvore poderia suprir a demanda por esse corante na Europa e com isso foi iniciada a exploração. A primeira pessoa que recebeu o direito de exploração do Pau-Brasil na América foi um cristão-novo (judeu convertido ao cristianismo) chamado Fernão de Loronha, em 1501.
Em 1511, aconteceu a primeira exportação de Pau-Brasil para Portugal, com o embarque de 5 mil toras da árvore em um navio chamado Bretoa. Nesse mesmo ano, o arrendamento que havia sido dado a Fernão de Loronha foi transferido para Jorge Lopes Bixorda e, dois anos depois, em 1513, o arrendamento passou a ser livre e todos os interessados poderiam explorar o Pau-Brasil, desde que fossem pagos os impostos da Coroa (20%).
EXPLORAÇÃO DO PAU-BRASIL
A exploração do Pau-Brasil concentrava seus esforços nas feitorias que foram construídas pelos portugueses no litoral da América Portuguesa. Durante o período pré-colonial, existiam três grandes feitorias no Brasil: Cabo Frio, Porto Seguro e Igarassu (Pernambuco).
Essas feitorias eram, em uma definição simples, locais onde a madeira extraída era armazenada. Lá, os portugueses contratavam os indígenas para que eles realizassem todo o trabalho de extração e transporte das toras de madeira até a feitoria. Essa atividade realizada pelos indígenas era bem útil, porque eles sabiam localizar as árvores com facilidade, devido ao conhecimento da natureza do local.
Com isso, foi construída, entre os indígenas e os portugueses, uma relação por meio do escambo, isto é, da troca. Os indígenas extraíam a madeira e eram pagos com utensílios como machados, facas, espelhos, canivetes etc.
CONCLUSÃO
- A exploração do Pau-Brasil foi uma atividade que deu início à ocupação portuguesa da América, estabeleceram suas feitorias e criaram relações com os indígenas.
- A árvore tinha seu valor, principalmente devido à resina vermelha que produzia, que servia para a produção de corante para tecidos.
- A exploração intensa dessa árvore quase a levou à extinção, já que milhões de árvores foram derrubadas pelos portugueses já no século XVI.
- A primeira pessoa que recebeu o direito de exploração do Pau-Brasil na América foi um cristão-novo Fernão de Loronha, que, antes, havia recebido o direito de explorar a ilha de São João (atual Fernando de Noronha) como sua capitania.
- Os indígenas eram os responsáveis pelo trabalho de extração e transporte do Pau-Brasil, em troca de utensílios que recebiam dos portugueses.
- O Pau-Brasil ainda é uma árvore em risco de extinção, mas o status dessa árvore melhorou progressivamente ao longo do século XX, sobretudo, a partir da segunda metade desse século.