Nesta quarta-feira, 15 de novembro, celebramos o dia da Proclamação da República, uma data essencial na história do Brasil que, devido à sua importância, tornou-se, inclusive, feriado em todo o território nacional. E você, sabe o que significa essa data histórica? No texto de hoje, a gente te explica 😉
O dia 15 de novembro de 1889 determinou o fim do regime monárquico e a instauração da república no Brasil. Ou seja, a partir dessa data, o Brasil deixou de ser comandado por Dom Pedro II, no regime monárquico, e passou a ser liderado pelo marechal Deodoro da Fonseca, primeiro presidente da história do Brasil.
MONARQUIA X REPÚBLICA
Para entendermos o que mudou no Brasil após o 15 de novembro de 1889, precisamos relembrar as características do regime monárquico e republicano.
Na monarquia, regime que vigorou no Brasil até 1889, o poder era totalmente concentrado nas mãos do rei, que tinha poder absoluto sobre o povo. Em contrapartida, a população não tinha nenhuma participação política. Naquela época não existia o voto e as pessoas não tinham, portanto, o direito de escolher o seu representante político. O poder era passado de forma hereditária, ou seja, de geração para geração. Não tendo nenhuma influência do povo.
Em 1889, com a insatisfação de grande parte da população e, principalmente, dos militares com esse regime, aconteceu um golpe que tirou à força o rei D. Pedro II da liderança, dando início ao regime republicano, no qual, o Chefe de Estado seria eleito pelos cidadãos por meio do voto, exercendo a sua função durante um tempo limitado.
QUAIS MOTIVOS LEVARAM À PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA?
- Insatisfação de diversos grupos
O regime monárquico sofria pressão de diversos grupos. Fazendeiros, cafeicultores, elite intelectual e política, etc. Entretanto, a maior insatisfação vinha do exército militar. Os militares estavam insatisfeitos com suas remunerações, queriam melhorias no sistema de promoção de carreira e a permissão para opinar suas posições políticas, algo que era proibido na época. Esse fator contribuiu para que o republicanismo fosse ganhando força.
- Avanço da pauta abolicionista (fim da escravidão)
Outro fato que enfraqueceu o regime monárquico foi o avanço da pauta abolicionista. Na mesma medida em que o abolicionismo ganhava força, o monarquismo perdia influência no país. Politicamente os debates foram acirrando-se ao longo da década de 1880, em favor da abolição e do republicanismo. A situação do Brasil era de crise crônica na década de 1880, e a polarização só contribuiu para reforçar esse quadro.
- Perda do apoio da Igreja e dos escravocratas
Com todos esses fatores e ainda com a perda do apoio da Igreja e dos escravocratas, o regime monárquico foi se enfraquecendo ainda mais. Junto a isso, o federalismo dos Estados Unidos também influenciou no fim da monarquia. Vendo a maior autonomia que os estadunidenses possuíam, os partidos republicanos agruparam-se regionalmente e passaram a defender maior autonomia para os estados, com maior participação da população nas decisões políticas.
- Crise econômica
Outro fator de insatisfação com a monarquia era em relação à economia. Depois da Guerra do Paraguai, a economia brasileira enfraqueceu-se, afinal o país gastou muito mais do que poderia para vencer os paraguaios. Ainda há de considerar-se os impactos da crise mundial do capitalismo de 1873, que também deixou reflexos no território brasileiro.
COMO ACONTECEU A PROCLAMAÇÃO?
Com todos os fatores citados anteriormente que enfraqueciam a monarquia, em novembro de 1889 a crise política avançou ainda mais. Sendo assim, grandes nomes do republicanismo da época reuniram-se secretamente com o marechal Deodoro da Fonseca, um militar bastante influente na época, para que ele aderisse ao movimento de golpe à monarquia.
Depois de ser convencido, Deodoro da Fonseca liderou um levante militar, em 15 de novembro, que cercou o Gabinete Ministerial, destituiu o visconde de Ouro Preto do cargo e prendeu-o. Ao longo daquele dia, uma série de acontecimentos levaram à Proclamação da República, oficialmente, após anúncio feito por José do Patrocínio, um vereador do Rio de Janeiro.
O imperador tentou formar um novo gabinete, mas as ações não tiveram sucesso. A monarquia estava efetivamente derrubada. D. Pedro II deixou de ser imperador do Brasil e um governo provisório republicano foi instaurado. O país, então, se tornou um Estado laico e o presidencialismo tornou-se o sistema de governo.
A partir de então, o líder político passou a ser definido por meio do voto. O Brasil se tornou democrático e a população passou, finalmente, a ter voz nas decisões políticas.
